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Turistando: Póvoa de Santa Iria

Cheguei à Póvoa de Santa Iria no passado sábado, ainda o sol não tinha nascido. 



  Com um ambiente muito calmo, pacífico e repleto de gatos a deambularem por um espaço deserto, o sol nasceu com tonalidades douradas que refletiam os barcos no rio e iluminavam a zona piscatória que, a pouco e pouco, começou a ter algum movimento com os pescadores a chegarem depois de uma noite de trabalho.
     Todo o dia foi sossegado. Muitas pessoas aproveitaram o sábado para passear em família à beira rio, outras para desfrutar da paisagem no café.
     Aprendi muito sobre os pescadores e o seu ofício. Acho importante sabermos que eles passam noites fora, seja verão ou inverno, faça frio ou calor, em trabalhos fisicamente exigentes. São eles que arranjam os seus materiais de pesca e que os compõe quando necessário.

Há muito valor neste ofício desprezado.

     Houve pescadores que confirmaram amor àquilo que fazem, que não se vêm a fazer outra coisa da vida. Há outros que sonham poder ter tido um futuro diferente.
     Muitos são casais que trabalham juntos, mas a maioria são homens solitários que deixam as mulheres em casa para irem trabalhar.
     O ofício em si foi a pior parte. Desde amanhar o polvo, a construir iscos com carapaus e a selecionar caranguejos. 

Eu não nasci para ver seres vivos a serem mortos. 

     Não desprezo o trabalho, nem é de todo a minha intenção estar a criticá-lo, simplesmente estou a constatar que, nem nesta vida nem noutra, eu seria pescadora. 

Tirar a vida a um ser vivo ultrapassa o meu limite de sanidade. 

     Fiquei bastante chocada e incomodada depois de ter visto a frieza e a naturalidade com que as pessoas lidam com o assassínio.
     Mas pondo de lado este assunto tão triste, a Póvoa de Santa Iria à beira do rio Tejo é um pequeno paraíso perto de Lisboa, exceto ao entardecer onde as melgas atacam com toda a força.
     Deixo uma pequena reportagem fotográfica de um longo dia de trabalho. 


Em dezembro partilharei o documentário sobre esta zona piscatória que estou a desenvolver.


Nascer do Sol

Nascer do Sol

Pôr do Sol


Pôr do Sol

Pôr do Sol

Pôr do Sol

O Sortudo, cão de um pescador

KAPPA