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Perdidos 2017 ★★★


Quando se fala em filmes portugueses fica-se logo de pé atrás... E com razão. São poucos os bons filmes lusitanos, infelizmente. Porém tem-se constado uma evolução e essencialmente um esforço para melhorar e por isso há que valorizar este empenho e dar uma nova oportunidade ao cinema português.
Perdidos não é um filme original de Leonel Vieira, o guião foi comprado do filme alemão "Pânico em Alto Mar" (2006) e em relação aos diálogos e à sequência histórica não há nada a apontar.
Os atores não são nada por aí além, apesar de terem cumprido o seu papel, mas houve momentos de overreacting que deviam ter sido evitados. Mas por outro lado a Dânia Neto surpreendeu-me. Nunca fui grande fã dela, nem em filmes nem em novelas, mas talvez porque as personagens dela nunca foram muito ricas - sinceramente foram sempre muito idiotas. Mas em "Perdidos", para além de ser a personagem principal, é mais madura e racional e gostei muito de a ver.
A direção de fotografia é lindíssima, todos os planos são extremamente bem conseguidos com uma composição muito agradável - há uma cena que correu um bocado mal... O fundo azul de estúdio notava-se, contornava as personagens.
Mas para além disso eu gostei, ficou-me na cabeça, e aconselho a verem porque é cinema do nosso país e tem muito mérito.
Porém o grande problema do filme, onde eu acho que falhou redondamente, foi o som. Eu compreendo e apoio que tenham gravado todas as vozes em estúdio, primeiro porque a qualidade do som é muito melhor e depois porque gravar com uma perche pessoas dentro de água no meio do oceano não deve ser lá muito fácil, mas havia imensas bocas dessincrones e havia uma enorme descrepância entre o volume das vozes e o som ambiente... Foram erros um bocado imperdoáveis. Eu estava sempre a sair da história porque havia algo que não fazia sentido, e isso é muito mau, não conseguir agarrar um espectador do início ao fim.


KAPPA